quarta-feira, 10 de junho de 2015

Velhas táticas, novas ameaças: Estudo sobre o novo vírus do Facebook

Como já deve ser do conhecimento de muitos, nesta ultima segunda-feira, 08/06, tivemos uma onda de ataques por vírus, disseminados através no Facebook, que consiste em marcar várias pessoas em uma publicação com conteúdo erótico, estimulando assim a curiosidade dos usuários, que ao clicarem nestes supostos vídeos, teriam suas máquinas infectadas e que passariam a ser um novo disseminador desta “praga”.

Dezenas de mídias digitais publicaram sobre essa ameaça, explicando superficialmente seu funcionamento e prometendo um passo-a-passo para sua remoção. Porém, a realidade é que nenhuma publicação abordou o tema de forma assertiva e completa, explicando como funciona o processo de infecção, disseminação e remoção. Você sabe o real motivador deste tipo de “praga” digital? Qual é o motivo ou ganho que os Hackers (se é que podemos chama-los assim) possuem em disseminar esse vírus, principalmente em redes social? Qual impacto é gerado aos usuários da rede?

Esta publicação visa justamente responder as essas perguntar, e ajudar os usuários na correta remoção e no entendimento de seu funcionamento.


A análise técnica

Primeiramente , localizamos uma destas publicações e posicionarmos o mouse sobre a imagem. Desta forma, teremos informações sobre o endereço a qual ela irá redirecionar.




Esta URL pode variar, sendo nesta análise a seguinte URL apontada:



A URL acima, apenas nos direciona para:





O código desta página foi “debugado” e um componente JavaScript foi localizado. Seu código estava Criptografado e foi necessário a utilização de um serviço para reversão do código.





De posse do código Descriptografado, a análise foi realizada, identificando que o mesmo força a instalação de uma Extensão (Plug-In) do Google Chrome, chamada “Selectra Audio Recorder”.




Com o auxílio de uma ferramenta On-Line, foi realizado o Download desta Extensão para uma posterior análise de seus artefatos.

As extensões do Google Chrome possui o formato .CRX, porém, para ter acesso ao seu conteúdo, basta renomea-lo para a extensão .ZIP e abri-lo com o WinRAR.





Neste caso, o arquivo malicioso estava nomeado como “backgroud.html” que que por sua vez, acionava 3 arquivos JavaScripts da pasta JS.






Embora cada um destes arquivos .js tinham funções distintas, em resumo, era realizado um redirecionamento para outras 2 URLs.




Sendo esta ultima URL a grande responsável por elaborar o conteúdo falso publicado no Facebook e que por fim, redirecionava o usuário ao sites apresentados a seguir.

Após uma longa análise de todos os códigos e “saltando” entre diversas URLs, chegamos um uma informação bem relevante, que nos apresenta a real intenção deste tipo de ameaça.

O trecho de código apresentado abaixo, nos direciona para o site:


Este site é responsável por criações de campanhas de publicidades para outros sites e serviços na Web, pagando aos colaboradores, que os ajudam a gerar acessos, por cliques realizados. O ID=2191 é referente ao “cliente” desta campanha, ou seja, o site que paga pelos serviços e que pretende ter o número máximos de acessos em seu sistema.




Durante o processo de redirecionamento, ainda existe a passagem por mais um site de publicidade Online, chamado:



Este cliente é apontado como uma site de relacionamentos, de fontes duvidosas, mas com milhares de acessos e possíveis cadastros.







Remova a ameaça de forma efetiva

O processo de eliminação deste vírus é muito simples, já que se trata de uma extensão do Google Chrome, basta acessar a página de extensão do seu navegador através da URL chrome://extensions e remover a extensão maliciosa, que neste caso é a “Selectra Audio Recorder”. Uma avaliação dos aplicativos instalados no seu Facebook também pode ser importante, podendo ser verificado nas suas configurações de “Preferência de Privacidade”, desinstalando todos os aplicativos que achar suspeito.





Vale ressaltar que, ao contrário do que muitas mídias dizem, alterar a senha do Facebook não afeta em nada o funcionamento do Malware e não garante a proteção do usuário, porém, claro que auxilia no processo de segurança de modo geral.



Conclusão

Embora muitas pessoas achem que este tipo de Vírus visa a captura de senhas do Facebook dos usuários, essa análise esclarece que o real objetivo deste tipo de ameaça, que utiliza redes sociais como meio para propagação, é o de gerar uma quantidade enorme de clicks que são automaticamente redirecionado para sites de campanhas web, promovendo um site final, como o site de relacionamento apontado neste estudo.

Os sites intermediários, de marketing digital, pagam por este volume de cliques, o que fomenta a criatividade dos Hackers em criarem mecanismos para alavancar a quantidade de cliques.


Nada melhor do que a maior rede de relacionamentos do mundo para ajudá-los nesta empreitada, não é verdade? Mesmo que seja sem o consentimento dos usuários, mas certamente este tipo de ação gera grandes benefícios financeiros. 

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